O Banco Central do Brasil dispôs que as instituições financeiras devem calcular e informar ao legislador o indicador de Razão de Alavancagem (RA).
Esta obrigação passa a valer a partir de outubro de 2015, o que não quer dizer que já não possa ser calculada a fim de evitar surpresas futuras.
Quais são as dificuldades destes cálculos para as instituições financeiras?
Várias.
Assim como o cálculo da parcela de risco de crédito, conhecida como RWA CPAD (ou antigo PEPR), os conceitos para os cálculos não são totalmente culturais. Isso quer dizer que não pertencem à forma normal com que as instituições segregam as suas operações e, consequentemente, não estão segregados na contabilidade da forma requisitada. Para realizar este cálculo de RA (e do RWA CPAD), é necessário atuar sobre os números, o que reduz a qualidade da informação.
O cálculo do RA, na parcela da Exposição Total, também é muito parecido com o do RWA CPAD. São conceitos “semelhantes”. O cálculo do RA poderia ter sido facilmente solicitado a partir dos detalhes do cálculo do RWA CPAD em vez de requisitar um extenso pacote de novos dados parecidos. Isto quer dizer que, a partir de outubro, as instituições financeiras passam a ter que lidar com 2 cálculos, extensos, “iguais mais diferentes” e ambos destoantes de sua cultura. Mais uma vez, a qualidade não vai resistir.
Por fim, O cálculo do RA traz a parcela do Nível I (do PR ou Patrimônio de Referência) no seu cálculo. Na verdade, também não é exatamente o Nível I, mas um Nível I ajustado, nos termos do próprio legislador. Isto quer dizer que, quando perguntado sobre Nível I do PR, há que se retrucar: do PR normal ou do ajustado? Soa confuso.
Dentre as dificuldades, vai e vem de contas e ajustes, a maior barreira na eficiência da apuração deste indicador é a distância do que existe dos registros contábeis em relação a esta demanda, uma mistura contábil-qualitativa-diária-mensal de números.
Gerado o número será, mas terá utilidade?
As informações de Razão de Alavancagem podem ser determinadas pelo Sistema de Risco de Basileia e Mercado, integrante da Plataforma Integrada de Risco Duxus (http://www.duxus.com.br).