No post anterior, discutimos a expectativa de inflação do mercado, confrontando tais resultados com a última divulgação do relatório FOCUS.
O relatório FOCUS traz as expectativas do mercado, porém, seus resultados podem divergir dos preços apontados no mercado. Dessa forma, o objetivo dessa publicação é o de verificar essa divergência e apontar as direções do mercado e do último relatório FOCUS publicado (04/09).
IPCA pelos Preços de Mercado
O gráfico acima demonstra a expectativa de inflação a partir dos preços negociados no mercado de derivativos, levando a uma projeção de inflação acumulada para 2023 de 5,41% a.a, valor superior ao que foi apontado na última análise, onde o mercado estava precificando uma inflação acumulada para 2023 de 5,34% a.a.
Podemos afirmar que a precificação do mercado caminhou junto a precificação do FOCUS, que apontou um aumento na inflação acumulada para o ano de 2023, o que por sua vez está relacionada as últimas mudanças na taxa SELIC e demais fatores macroeconômicos.
Apesar de caminharem na mesma direção, ainda existe uma divergência entre a precificação do mercado e do relatório FOCUS, tendo em vista que o relatório utiliza as medianas das expectativas dos maiores agentes do mercado. Ainda, vale ressaltar que o mercado prevê mais rápido as possíveis variáveis macroeconômicas, estando assim mais sensíveis a notícias.
Fim de Ano
A nova projeção de inflação do relatório FOCUS apontou para um acumulado de 4,92%, enquanto o mercado está precificando a 5,41%. Mais uma vez ressaltamos a dificuldade de prever quem está certo, porém, se seguirmos a mesma mecânica da última publicação e fizermos uma média entre as duas projeções, podemos dar um palpite para a inflação de 5,16%.
Todos os conceitos apresentados são originados em nosso Sistema de Risco de Mercado com aplicação de um modelo interno de análises para detecção da expectativa de inflação medida pelo IPCA.