A economia está em deterioração. A inflação em aceleração. A taxa de juros já saiu de verde para amarelo e a instabilidade continua.
Observando a dinâmica dos juros desde 2013 até maio de 2015 (figura animada), percebe-se o abandono do invejável patamar das taxas de juros do primeiro mundo em direção ao lamentável nível das taxas de países em desenvolvimento. Ainda pode piorar. E muito.
Taxas de juros mais altas significam:
- menos crédito, que gera menos investimento, que gera menos crescimento, que não ajuda a fraca economia atual.
- menos consumo, que gera menos inflação.
- mais gastos governamentais para financiamento da estrutura pública, que geram mais dívida, que geram mais risco para o país.
Somando todos estes fatores, não é difícil concluir por que as agências de risco, que atribuem notas de confiança aos países, estão com a caneta em punho para o Brasil. A cor da tinta, infelizmente, é vermelha.
No entanto, ao contrário do que parece, as taxas de juros não são a causa, mas uma consequência da economia real. Não adianta reclamar da autoridade monetária (quem estabelece a taxa de juros), porque ela está tentando consertar as coisas.
Mas por que o país não estabiliza nos patamares “verdes” (aqueles do primeiro mundo) de taxas de juros? Por que o país desestabiliza tão rápido? O que está errado?
As respostas não são triviais, pois abrangem reformas das mais diversas, revisão de direitos, privilégios e um mar de outros problemas.
Pela dificuldade dos consertos, por enquanto é melhor manter o verde e amarelo no amarelo, antes que tudo vire vermelho.
Os números relativos a taxas de juros foram obtidos pelas informações históricas de curvas de juros do Sistema de Risco de Mercado, integrante da Plataforma Integrada de Risco Duxus (http://www.duxus.com.br).