Futuro do IPCA – Epílogo

Futuro do IPCA – Epílogo

Após 2 anos de acompanhamento, este é o 4° e último post sobre risco de base de inflação, entre IPCA e IGP-M.

[Jan -2021] O início evidenciou o descolamento entre os índices de inflação IPCA e IGP-M. Isto é relativamente normal, haja vista a composição e metodologia de cada índice. Mesmo que um índice descole em relação ao outro (risco de base), a tendência ainda é de convergência. Afinal, é tudo inflação.

[Nov-2021] A primeira premissa foi de um retorno para a normalidade do risco de base entre os índices com um palpite inicial de velocidade de retorno igual à velocidade de descolamento. Ou seja, um “V” simétrico que representaria um IPCA anual de 10,5% ao ano, por 3 anos seguintes.

[Nov-2022] Um ano após a premissa inicial, o descolamento já dava o formato de sua trajetória de retorno. Seria ainda um “V”, mas assimétrico, com uma inflação, a partir de Nov/22, de 8% ao ano por mais 3 anos.

Tubulão de 8 do V Assimétrico

Agora, ao final de 2023, a tendência continua a mesma. O IPCA permanece no “tubulão” de 8% ao ano do “V” assimétrico, com um comportamento mais suave em resposta a um IGP-M que devolve um pouco da sua inflação, muito por conta do recuo do dólar americano dos patamares recordes de 2022.

Os mais otimistas podem dizer que o IPCA furou o “tubulão de 8” no limite inferior, mas a tendência geral permanece. Ou seja, ainda falta IPCA para chegar.

Este retorno do IPCA para a base de medição do IGP-M pode ser um dos motivos de cautela que o COPOM (mite de POlítica Monetária) vem tendo nos ajustes de taxa SELIC. Mas este efeito inflacionário era e continua sendo incontrolável. Melhor seria ter culpado o COVID-19 pelos estouros inflacionários e aguardo o seu retorno, sem movimentos bruscos.

Se o dólar se valorizar, o IGP-M voltará a se movimentar. Mas isto não está muito no radar, da mesma forma que não esta no radar a moeda americana perder valor frente ao real. Sendo assim, o IGP-M deve ficar mais estável e o IPCA deve mostrar sua fome de correção.

Conclusão

Faltam mais 2 anos de inflação no IPCA na ordem de 8% ao ano. Para fugir disto e ainda equilibrar a base (p.e. puxando o IGP-M para baixo), algum remédio teria que ser prescrito e pode ser que seja muito amargo para o estado do paciente.

COPOM no horizonte: Visão de 05-dez-23

Novamente tivemos pouco movimento no mercado de forma geral, semana passada os dados se mantiveram estáveis, essa semana apenas janeiro apresentou mudança. Veja abaixo:

O Resultado

Utilizando os dados de fechamento de mercado coletados no dia 5 de Dezembro, as expectativas de mercado foram:

Taxa SELIC atual: 12,25% a.a.

Decisão de Dezembro/23:

  • 100% acreditam em QUEDA de 0,50 ou SELIC a 11,75%

Decisão de Janeiro/23:

  • 50% acreditam em QUEDA de 0,50
  • 50% acreditam em QUEDA de 0,75

Decisão de Março/24:

  • 50% acreditam em QUEDA de 0,75
  • 50% acreditam em QUEDA de 1,00

Constatações

Dezembro uma vez mais mostra que o mercado está alinhado com o COPOM para uma queda de 0,5 ponto percentual na Selic com 100% nessa direção. É certo que a queda sera de 0,5 apenas na semana que vem aos olhos de todos.

Janeiro apresentou a unica mudança dessa semana, o mercado na mesmana semana passada estava estavel em de 35% na direção de 0,50, a outra parte estava em 65% indo na direção de redução de 0,75, Agora temos o mercado dividido na metade, o que fez essa mudança e divisão do mercado é uma incognita.

Para março continuamos com o mesmo cenário pela terceira semana com o mercado ainda dividido, 50% aposta em uma redução de 0,75, os outros 50% em uma redução de 1,00. O interessante é notar que onde o Bacen delimitou a ação baliza bem o mercado, já o território desconhecido tem as apostas divididas, ou seja, a unica certeza é que uma metade vai perder.

COPOM no horizonte: Visão de 28-nov-23

A expectativa do mercado pela primeira vez em nossos estudos se manteve estável, ou melhor, com mudanças tão irrisórias que não afetam a análise. Assim, seguem os resultados dessa semana:

O Resultado

Utilizando os dados de fechamento de mercado coletados no dia 21 de Novembro, as expectativas de mercado foram:

Taxa SELIC atual: 12,25% a.a.

Decisão de Dezembro/23:

  • 100% acreditam em QUEDA de 0,50 ou SELIC a 11,75%

Decisão de Janeiro/23:

  • 35% acreditam em QUEDA de 0,50
  • 65% acreditam em QUEDA de 0,75

Decisão de Março/24:

  • 50% acreditam em QUEDA de 0,75
  • 50% acreditam em QUEDA de 1,00

Constatações

Dezembro, como vimos semana passada, o mercado está alinhado com o COPOM para uma queda de 0,5 ponto percentual na Selic com 100% das apostas e era esperado este valor se manter estável dado que o BACEN deu sinal da direção.

Janeiro tem o mercado na mesma orientação de 35% acreditando que a taxa Selic irá se reduzir em apenas 0,50, a parte majoritária de 65% indo na direção de redução de 0,75.

Para março temos o mercado ainda dividido e de forma estável desde a semana passada, 50% aposta em uma redução de 0,75, os outros 50% em uma redução de 1,00. Sem grandes mudanças temos boa parte do mercado vendo aceleração na redução da taxa. Uma semana sem grandes movimentações mas mostrando o mercado estável em suas decisões, será que teremos grandes movimentações até o fim do ano, leitor? COPOM de dezembro promete.

COPOM no horizonte: Visão de 21-nov-23

Tivemos os resultado final do COPOM e o mercado estava razoavelmente alinhado com a promessa do Bacen como vimos nos posts anteriores. A Selic caiu mais 0,5 ponto percentual, agora nos aproximando do fim do ano e também da janela de promessas do Bacen temos 2024 como solo fértil para novas incertezas como apontado na ultima ata.

O Resultado

Utilizando os dados de fechamento de mercado coletados no dia 21 de Novembro, as expectativas de mercado foram:

Taxa SELIC atual: 12,25% a.a.

Decisão de Dezembro/23:

  • 100% acreditam em QUEDA de 0,50 ou SELIC a 11,75%

Decisão de Janeiro/23:

  • 35% acreditam em QUEDA de 0,50
  • 65% acreditam em QUEDA de 0,75

Decisão de Março/24:

  • 50% acreditam em QUEDA de 0,75
  • 50% acreditam em QUEDA de 1,00

Constatações

Dezembro temos o esperado, mercado alinhado com o COPOM para uma queda de 0,5 ponto percentual na Selic com 100% das apostas. Como nos anteriores e dada a constância do Bacen não deve haver grandes divergências entre o mercado e o Bacen até o fim de 2023 e devemos observar esse comportamento nas semanas seguintes.

No primeiro COPOM de 2024 a expectativa esta mais direcionada a uma aceleração na velocidade de queda da taxa Selic, 35% do mercado acredita que a taxa Selic irá se reduzir em apenas 0,50 , a parte majoritária de 65% preve uma redução de 0,75.

Para março temos o mercado dividido, 50% aposta em uma redução de 0,75, os outros 50% em uma redução de 1,00. Confirmando que o mercado esta aguardando uma redução cada vez mais agressiva por parte do COPOM para o ano que vem. Com isso tudo teremos uma Selic de 11,75 ao fim do ano de presente de natal e iniciaremos 2024 com certas incertezas, e você leitor? Acredita que 2024 acelera ou desacelera a redução?

Expectativa de Inflação do Mercado (11/2023)

Nesse post, discutiremos a expectativa de inflação do mercado e confrontaremos com a última divulgação do relatório FOCUS e expandiremos nossa série, acrescentando o ano de 2024 na análise.

Vale ressaltar que o reltório FOCUS aponta as expectativas do mercado, porém, seus resultados podem divergir dos preços de mercado de fato. Dito isso, cabe a essa análise, verificar e apontar as divergências entre as expectativas de mercado e o que o relatório FOCUS demonstra.

IPCA pelos Preços de Mercado

Na última segunda-feira (06/11), o FOCUS apontou para uma expectativa de terminarmos o ano com uma inflação de 4,63%. Ao analisarmos as expectativas de mercado, por meio dos contratos de derivativos negociados para IPCA, observamos que o mercado se apresenta com um otimismo maior, apostando em uma inflação abaixo do que foi apontado no relatório, precificando a inflação em 4,58%.

O comportamento das apostas do FOCUS para a inflação tem passado por um reajuste para baixo nas últimas semanas, comportamento esse que tem sido replicado pelo mercado. Isso nos leva a crer que mercado e FOCUS estão caminhando para uma mesma direção para 2023.

Apostas para 2024

O relatório FOCUS retrata as expecativas de mercado sob a ótica dos seus maiores participantes. Essas expectativas nem sempre convergem com o que o mercado acredita, e é isso que podemos enxergar no gráfico acima. Apesar das apostas seguirem o mesmo caminho quando analisamos o ano de 2023, se acrescentarmos o ano de 2024 à análise, vemos apostas bem diferentes para a inflação. No gráfico é possível observar as expectativas de mercado na linha transparente, que por sua vez representa o acumulado da variação mensal da inflação em 2024.

Enquanto o FOCUS aponta para uma inflação de 3,91% para 2024, os contratos negociados de IPCA demonstram uma aposta dos agentes do mercado para uma inflação muito acima do apontado pelo relatório, encerrando em 4,37%. Destacar o motivo dessa diferença não é uma tarefa fácil, porém o ambiente de incertezas sobre a capacidade do governo em cumprir as metas fiscais para 2024 podem ter parcela nessa diferença de expectativas. O que podemos afirmar é que a média das expectativas que compõem o relatório FOCUS não está próximo do que o mercado tem apostado e precificado para o ano.

COPOM no Horizonte: Visão de 18-Out-23

Tendo se passado uma semana desde a última análise das expectativas de mercado para a os cortes da SELIC, partimos agora para um novo cenário de apostas para as próximas reuniões do COPOM. O ponto de destaque essa semana está na mudança das apostas para o primeiro COPOM de 2024, como iremos elencar a seguir.

O Resultado

Utilizando os dados de fechamento de mercado coletados no dia 17 de Outubro, as expectativas de mercado foram:

Taxa SELIC atual: 12,75% a.a.

Decisão de novembro/23:

  • 85% acreditam em QUEDA de 0,50 ou SELIC a 12,25%
  • 15% acreditam em QUEDA de 0,75 ou SELIC a 12,00%

Decisão de Dezembro/23:

  • 75% acreditam em QUEDA de 0,50
  • 25% acreditam em QUEDA de 0,25

Decisão de Janeiro/24:

  • 65% acreditam em QUEDA de 0,75
  • 35% acreditam em QUEDA de 1,00

Constatações

A poucos dias do penúltimo COPOM de 2023, vemos uma aproximação das expectativas do mercado com as falas do Banco Central. Vemos pela segunda semana consecutiva o mantimento das apostas para um corte de 0,5 para 85% do mercado, contra 15% apostando em uma queda de 0,75.

Para o último COPOM de 2023, temos uma mudança no comportamento das apostas, quando comparamos com a última análise, feita no dia 11 de outubro. Na semana passada, obtivemos uma aposta majoritária em um corte de 0,5, comportamento este que perdurou para a nossa análise de hoje. O que podemos destacar de grande mudança para o segundo COPOM é a segunda parcela de aposta, essa semana tivemos 25% do mercado apostando em um corte de 0,25, com uma expecativa inferior as promessas de corte do Banco Central. Esse comportamento de aposta inferior ao do estabelecido pelo Banco Central é visto pela primeira vez desde a última ata do COPOM. Apesar dessas divergências, a maior parte do mercado continua a apostar com base nas falas do Banco Central.

O cenário para 2024 segue sendo um campo de incertezas no que tange as apostas do mercado. Nesta semana, podemos observar uma mudança drástica nas apostas. Nas últimas semanas vimos apostas quase que predominantes em um corte de 1 ponto percentual para a primeira COPOM do ano, porém, na análise de hoje, vemos uma inversão na parcela de aposta, com 65% do mercado apostando em um corte de 0,75. O que pode explicar esse novo cenário de corte para o COPOM de 2024 é o ambiente global, que atualmente se encontra cercado de desconfiança devido os conflitos no Oriente Médio, fazendo uma maior parcela do mercado acreditar em uma desacelaração dos cortes para maior controle da inflação (que de fato virá). Aguardaremos pelas próximas movimentações do mercado.

Análise feita por meio de modelo interno de detectação da expectativa do mercado para SELIC.

COPOM no Horizonte: Visão de 11-Out-23

Dando prosseguimento com as últimas análises referente às expectativas de mercado para a taxa SELIC, nos encontramos em um cenário de mais proximidade do mercado com as falas do Banco Central a respeito dos próximos cortes da SELIC, diferenciando dos cenários vistos até então, onde uma parcela maior do mercado precificava os cortes da SELIC acima do esperado.

O Resultado

Utilizando os dados de fechamento de mercado coletados no dia 10 de Outubro, as expectativas de mercado foram:

Taxa SELIC atual: 12,75% a.a.

Decisão de novembro/23:

  • 85% acreditam em QUEDA de 0,50 ou SELIC a 12,25%
  • 15% acreditam em QUEDA de 0,75 ou SELIC a 12,00%

Decisão de Dezembro/23:

  • 85% acreditam em QUEDA de 0,50
  • 15% acreditam em QUEDA de 0,75

Decisão de Janeiro/24:

  • 10% acreditam em QUEDA de 0,75
  • 90% acreditam em QUEDA de 1,00

Constatações

O comportamento das apostas do mercado apontam uma maior aproximação da expectativa de mercado com as sinalizações de corte da SELIC definidas pelo Banco Central para o ano de 2023. É de conhecimento geral que o Banco Central tem seus cortes (de 0,5 pontos percentuais) estabelecidos para a SELIC até o final do ano, porém, isso não exclui a possibilidade de certos agentes do mercado apostarem contra, afim de tentarem encontrar brechas para lucro, o que explica os 15% de aposta para cortes de 0,75 para as duas reuniões restantes do COPOM em 2023, frente aos 85% do mercado precificando um corte de 0,5.

Com a virada do ano, vemos o mercado abrindo e mudando de maneira drástica suas apostas. Isso se dá pois o Banco Central tem seus cortes definidios até 2023, abrindo espaço para diferentes apostas em 2024. Esse comprotamento de apostas mais agressivas para os cortes da SELIC para 2024 tem sido observado desde análises anteriores, o que aponta uma tendência do mercado em acreditar que o Banco Central irá de fato aumentar seus cortes com a virada do ano.

A nós, cabe analisar o quanto esse corte está próximo das projeções referentes ao próximo ano, levando em conta o cenário econômico atual e as projeções para o ano de 2024. Acredita-se que os cortes da SELIC seguirão de maneira gradual, o que contraria as apostas do mercado, que tem precificado cortes mais arrojados para o próximo ano. Por hora, o que resta é esperar.

COPOM no Horizonte – Visão de 26-Set-23

Com o resultado de 0,5 de queda na taxa Selic se concretizou a palavra do COPOM em ata e, assim, as apostas se concretizaram, a unica certeza é que quem apostou contra perdeu. Assim, prosseguimos para o próximo cenário q avaliaremos, no gráfico acima temos as expectativas para novembro, dezembro e agora também janeiro. Seguem os resultados da expectativa do mercado para a direção que o COPOM dará a taxa selic.

O Resultado

Com base nas informações do dia 26 de setembro, fechamento do dia, as expectativas são:

Taxa SELIC atual: 12,75% a.a.

Decisão de novembro/23:

  • 70% acreditam em QUEDA de 0,50 ou SELIC a 12,25%
  • 30% acreditam em QUEDA de 0,75 ou SELIC a 12,00%

Decisão de Dezembro/23:

  • 70% acreditam em QUEDA de 0,50
  • 30% acreditam em QUEDA de 1,00

Decisão de Janeiro/24:

  • 75% acreditam em QUEDA de 1,00
  • 25% acreditam em QUEDA de 1,25

Constatações

Assim, para novembro, temos a maioria do mercado apontando uma queda do nível prometido pelo COPOM com 70% do mercado apostando uma queda de 0,5 na taxa Selic. Os outros 30% se distanciam e apontam uma queda maior do que a do COPOM, apostando em redução de 0,75. Porém, como veremos adiante, não é a aposta mais distante que veremos hoje.

Em dezembro, temos um cenário similar ao de janeiro, porém com as apostas contrárias a direção do Banco Central em 1 ponto percentual de redução para dezembro. Ou seja, 30% do mercado acredita numa queda de 1 ponto e os outros 70% apontam para uma redução de 0,5.

Janeiro do ano que vem nos trás o cenário com apostas mais agressivas, temos o mercado apostando numa queda de 1 ponto percentual em sua maioria de 70%, o restante aponta queda ainda maior de 1,25%. O mercado está novamente seguindo um rumo de choque com o Banco Central, ou seja, existem informações por parte do mercado que não temos acesso.

Talvez seja um ótimo momento para as pessoas começarem a operar com futuro de pré, o contrato de DI1, o que acha leitor? Compraria Abril ou Fevereiro? Eu sei o que eu faria. Assim, temos uma expectativa de estrear Fevereiro do ano que vem com 10,75% de Selic.

COPOM no Horizonte – Visão de 19-Set-23

Em dia de reunião do COPOM, mercado se mantém firme com a expectativa de queda de 0,50 ponto percentual na taxa Selic como foi visto nas ultimas semanas. Assim, ao fim do dia de postagem deste artigo, o mercado terá uma taxa de 12,75% na Selic ao ano. Vejamos como evoluirão as expectativas das outras reuniões.

O Resultado

Com base nas informações do dia 19 de setembro, fechamento do dia, as expectativas são:

Taxa SELIC atual: 13,25% a.a.

Decisão de setembro/23:

  • 100% acreditam em QUEDA de 0,5 ou SELIC a 12,75%

Decisão de novembro/23:

  • 40% acreditam em QUEDA de 0,50
  • 60% acreditam em QUEDA de apenas 0,75

Decisão de dezembro/23:

  • 5% acreditam em QUEDA de 0,50
  • 95% acreditam em QUEDA de 0,750

Constatações

Setembro já vinha consolidado nas últimas semanas com o mercado todo em linha com a promessa do Bacen de baixar 0,5, assim se espera que o resultado seja este. Haviam em outras semanas, discrepâncias com um mercado apontando quedas maiores, porém conforme nos aproximávamos da data do COPOM, as apostas foram se consolidando.

Novembro por exemplo ainda apresenta essa discrepância do mercado, 40% apontam para uma redução da taxa Selic de 0,5 enquanto 60% apostam numa redução maior. Essa redução de 0,75 também foi captada em dezembro.

Em dezembro, 95% do mercado aguarda uma redução de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, apenas 5% apontam uma redução de 0,5. A expectativa que o Bacen deu era de reduções de 0,5 e, assim, continua uma incógnita a razão de parte do mercado acreditar em quedas maiores. Assim, a expectativa é de uma taxa Selic de 11,25 até o fim do ano, e você leitor se arrisca a apostar contra todo o mercado no resultado de hoje?

COPOM no Horizonte – Visão de 12-Set-23

Nos posts das semanas anteriores, vimos uma tendencia do mercado a alinhar as suas expectativas com o Banco Central (mesmo que de forma gradual) na direção que seria dada a taxa Selic. No fechamento de ontem não tivemos essa movimentação, no post de hoje veremos como o mercado estacionou suas expectativas e se vê dividido.

O Resultado

Com base nas informações do dia 12 de setembro, fechamento do dia, as expectativas são:

Taxa SELIC atual: 13,25% a.a.

Decisão de setembro/23:

  • 100% acreditam em QUEDA de 0,5 ou SELIC a 12,75%

Decisão de novembro/23:

  • 50% acreditam em QUEDA de 1,00
  • 50% acreditam em QUEDA de apenas 0,50

Decisão de dezembro/23:

  • 30% acreditam em QUEDA de 0,50
  • 70% acreditam em QUEDA de 1,00

Constatações

Para Setembro, temos o mercado consolidado em 100% das apostas para a queda de 0,5 ponto percentual na taxa selic como apontado pelo COPOM. Já temos essa direção a semanas e ela se mantém firme e deve continuar assim até o dia 19, último dia antes do resultado.

O preocupante é o mercado dividido em novembro, novamente tivemos metade apostando em queda de 1 ponto percentual e a outra metade em queda de 0,5 na taxa selic. Em outras palavras, temos metade apostando com o COPOM e metade apostando contra desde a semana passada.

Já para dezembro, o mercado que estava em 55% das apostas numa redução da selic de 1 ponto percentual e os outros 45% em uma redução de 0,5, este ultimo mais conservador. As apostas foram nessa semana para 70% esperando redução de 1% e os outros 30% aguardando a redução de 0,5.

Vimos nas ultimas semanas uma trajetória do Mercado se aproximando dos números que o COPOM deu intenção de usar, agora o mercado se mantém estacionada para novembro e se distanciou para dezembro. Ou seja, ainda temos algum nível de assimetria de informação entre o mercado e o Banco Central, um mercado dividido. Com as expectativas atuais podemos aguardar até o fim do ano uma Selic de 11,25%, e você leitor já preparou sua aposta pro COPOM da semana que vem?